terça-feira, 22 de maio de 2012

Malafaia afinou e mudou o discurso! Ah! Merrrmão!


Malafaia afinou e mudou o discurso! Ah! Merrrmão!


No seu programa televisivo desta manhã, Silas Malafaia disse que a campanha dos 100x foi um tremendo sucesso, e arrecadou milhões com as ofertas de seus telespectadores. Embora insista em dizer que “não liga para as críticas”, Malafaia mudou o discurso e fez um novo desafio, mas desta vez mais comedido, talvez por -isto é incrível! - ter lido as críticas que lhe foram feitas, ou esteja preocupado com o rombo que a campanha dos 100x mais pode fazer na economia brasileira.

Afinal, se todo mês ele “liberar uma palavra” de que – no prazo de um ano - os contribuintes vão ganhar 100 x mais que o dinheiro ofertado, a já combalida economia mundial entrará no mais profundo e duradouro colapso. Como se já não bastassem os bancos e os terremotos. Desta vez, Malafaia foi menos, digamos, dadivoso: “liberou a palavra” de que aquele que contribuir com o seu programa neste mês, vai ter cura das enfermidades, vitórias na Justiça, prosperidade meia-boca, assim meio genérica, etc., enfim, todas essas coisas que normalmente acontecem na vida de qualquer pessoa durante um ano. Cá entre nós, a campanha dos 100x parece ter mais apelo popular, já que todo mundo sabe que o órgão mais sensível do corpo humano é o bolso, e poucas coisas na vida despertam mais as glândulas salivares do que o dinheiro fácil. Habacuque e os cassinos que o digam...

Malafaia ainda agradeceu algumas pessoas não crentes por serem grandes ofertantes, talvez esperando promover um concurso sobre quem contribui mais, os crentes ou descrentes (1).

O fato é que ele sabe manipular como poucos a camuflada diferença que existe entre fé e vontade de crer. Ainda que este seja um tema que mereça ser mais aprofundado, ter fé – do ponto de vista cristão – é algo bem diferente da vontade de crer. A fé é espiritual, verdadeiro dom de Deus, que concede ao homem a capacidade de ver além dos limites físicos do mundo material, e enxergar a sua própria miséria. A vontade de crer é emocional, e pode ser dirigida a qualquer coisa, não necessariamente mística, como acontece, rotineiramente, no conto do bilhete premiado. No caso da “palavra liberada” por Malafaia hoje, por exemplo, de nada vai valer o juiz decidir o processo nos próximos meses, conforme ele mesmo se havia proposto, já que a parte vai entender isso como uma resposta à oferta ao pastor. Assim, fica fácil a “palavra liberada” funcionar, já que o autoengano está sempre a postos para convencer o autoenganado de que um fato corriqueiro da vida é um suposto milagre. Se nem percebem que o discurso do “imune a críticas” mudou, uai...

A experiência mostra que nem sempre é possível juntar a fé à vontade de crer, como acontece com suas primas distantes, a fome e a vontade de comer. Se bem que – pensando melhor - elas nem são tão distantes assim, já que tem muita gente na igreja querendo juntar essas duas últimas priminhas, né não?

Vi no O Contorno da Sombra, do Dr. Hélio
Postou Zé Luís no Genizah, que quanto mais se esclarece, mais confuso se sente.



(1) Danilo opina: Se são os crentes ou descrentes que ofertam mais, não sei. Mas se a trivia fosse para escolher entre burros e inteligentes, quem seriam os maiores ofertantes de Malafaia... Ai era mole!

E aproveitando o post, Hélio esqueceu de mencionar, que mais uma vez, Malafaia reclamou dos "crentes irmãos dele": "São os que mais me criticam..."

Eu quero dizer que 
tal afirmação é uma injúria descabida. Nunca soube de um crente em Mamon, irmão do Silas, portanto, vir a público criticar o mestre. Ao contrário, estão todos esperando os convites para o evento do Mike Murdock... O gróriiiia!

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