CIÚME: A BESTA DO “AMOR”!
A
frase de Paulo “o amor não
arde em ciúmes” acaba com muitos dos disfarces de amor que,
pelo ciúme, vestimos no nosso engano ou autoengano.
É muito ciúme a encharcar as nossas almas adoecidas!
Sim;
e tudo feito em nome do amor; de um amor que é tudo, menos amor; e que seria
melhor designado como posse, ou poder, ou controle, ou vaidade, ou insegurança,
ou propriedade, ou carência, ou medo, ou mesquinharia, ou idolatria afetiva, ou
culto ao sangue familiar, ou sentimento narcisista, ou implicância, ou
antipatia, ou simplesmente de maldade.
Assim,
deve-se não apenas pensar no ciúme que nasce no coração de cônjuges ou
namorados frágeis ou
mesmo supostamente donos daqueles
a quem pensam amar [...], mas, também, incluir em tal lista de enciumados
[...] os amigos, os
pais, o avós, os tios, os parentes, os irmãos, os filhos, os patrões, os
pastores, e todo aquele que diz que sente ciúmes do que ama, gosta, lhe
pertence ou é seu há mais tempo...
Esses
tais são os que acham que amor e relacionamentos são baseados em usocapião.
Vejo,
não apenas entre cônjuges e namorados — os classicamente detentores do direito
mortal ao ciúme —, mas também entre outros [...] como os que acima mencionei
[...], a doença do ciúme e suas expressões desgraçadas de amor falsificado.
São
pais com ciúme do amor que seus filhos recebam de outras figuras
paterno/maternas, como se ter um filho amado ou que ame a outros com qualidade
que expresse um tipo de ligação filial/paterna fosse uma desgraça, uma perda,
uma blasfémia; ou são avós sofrendo da mesma mesquinharia de alma, quando
sentem que seus netos amam um outro que igualmente os ame, com amor de
qualidade semelhante ao que vincula netinhos e avós; ou irmãos que passam a odiar
aqueles que recebam e doem fraternidade e irmandade aos seus irmãos de sangue
[sangue!... grande porcaria!]; ou amigos que fiquem loucos de raiva contra todo
outro amigo do amigo supostamente amado; ou parentes que passam a antipatizar
qualquer um que seja objeto de amor equivalente ao que se dê a um bom tio, tia,
primo, ou relativo, sem que nada oficial ou sanguíneo una o tal “parente
afetivo” àqueles aos quais os supostos parentes de direito devotem amor
enciumado como sendo um ente/objeto da família...
No
caso dos patrões, pastores, ou pessoas que exerçam influencia sobre outras, não
é nem em nome do amor que sentem seus ciúmes, mas em nome de uma fidelidade
adquirida pela vinculação institucional, o que faz de tal ciúme algo
equivalente ao ciúme de um dono de fazenda pelas suas vacas e crias no pasto.
Sou
filho de uma família na qual havia os filhos e os afilhados, desde os meus
bisavós; e ambas as categorias se tornavam a mesma coisa para o coração; posto
que tanto os filhos quanto os afilhados, os que tinham laços de sangue e os que
eram filhos do afeto sem DNA, fossem igualmente amados e aceitos por todos.
Meus
avós, paterno/materno, praticaram isto a vida toda. Cresci ouvindo meus pais se
referirem aos afilhados de seus pais como irmãos, e amando-os como tais. E
mais: eram contados na soma dos filhos dos meus avós e como irmão deles; digo:
dos meus pais e tios.
Quando
conheci o reverendo Antônio Elias e sua esposa, Maria José, depois de um tempo,
passei a chamá-los de pai e mãe, e nunca senti que meus pais se achassem
diminuídos por isto; afinal, era amor; e mais: meus pais me amavam de fato, e,
portanto, pela lógica do amor, amavam também a todos os que genuinamente me
amassem e eu a eles.
Mas
o que vejo toda hora [...] são filhos zangados com os pais se eles amam outros
entes [ou enteados] como igualmente filhos; ou tios irados contra novos tios do
afeto; ou amigos sentindo-se traídos por novas amizades de seus amigos; ou avós
enlouquecidos pelo fato de que seus netinhos tenham avós do coração; ou pais
separados que não admitem uma relação de amor entre seus filhos e os novos
cônjuges de seus ex-cônjuges; ou pais se sentindo diminuídos pelo fato de os
filhos passarem a amar e ser amados pelos seus sogros como filhos a pais e
vice-versa; etc...
Para
tais pessoas [...] parece que o melhor cenário seria aquele no qual seus
filhos/pais/netos/amigos/parentes [etc...] fossem desprezados em cada nova
relação fora daquela que com eles acontece.
Sim! Este é o tipo de amor que dizem ser amor e que por eles é
sentido!...
Deus
me livre de tal amor, venha ele de onde vier. Não o quero. De fato, o abomino!
Que
amor é esse que não ama também àqueles aos quais os que amamos venham a amar ou
por eles venham a serem amados numa qualidade sublime de amor?
Ora,
é fácil dizer: não é o amor que faz tais demandas, mas sim o sentimento mais
animal e demoníaco possível; o qual é inferior ao que existe na natureza dos
instintos entre muitos animais, em meio aos quais, por exemplo, uma tia aliá
[elefanta] cria um elefantezinho como mãe, etc...
Assim,
digo a você:
Não se submeta às cobranças de ciúmes loucos feitas em nome de
amores que odeiem aos amem você ou que detestem aos que você ame com amor sadio
e verdadeiro!
Sim;
pois aceitar que assim seja é abraçar doenças como se virtudes fossem.
Eu
jamais me submeti e nem me submeterei a essa baixaria menor do que animal;
pois, se amo, também amo a todos aqueles que amam aos que amam; assim como não
aceito que aqueles que digam me amar demandem que meu amor se encolha para mais
amores nesta vida.
O
principio bíblico é simples:
Aquele
que ama o Pai, também ama a todo aquele que Dele é nascido; ou seja: a todo
outro a quem Ele chame filho e a Ele chame de Pai!
O
que passar disto vem do diabo!
O
diabo é que ensina esses amores do inferno em nome da posse, do sangue, do DNA,
do direito, ou de qualquer outro pretexto anti-vida.
Esta
é minha reflexão para você no dia de hoje!
Nele, em Quem somos todos filhos adotivos [...] e o Único Unigênito do
Pai não sente ciúmes de nós, antes por nós se deu, e decidiu que tudo o que era
Dele seria nosso também, sendo Ele nosso irmão mais velho e nós Seus
co-herdeiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário