terça-feira, 6 de março de 2012

Crivella já está pescando idiotas no barril evangélico.



Charge do Duke.

O ministro iurdiano Crivella já mostrou a que veio e confirma que a principal tarefa de sua pasta é pescar apoio no barril evangélico para a agenda política de parte do governo.


Danilo Fernandes


Já em uma de suas primeiras aparições públicas como ministro, neste último domingo - uma visita a colônias de pescadores nas proximidades do Rio de Janeiro - Marcelo Crivella conseguiu encaixar, entre um comentário e outro sobre jangadas e corvinas, uma tentativa de aproximação dos evangélicos com o candidato a prefeito de São Paulo do PT, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad.

Como já foi amplamente ventilado pela imprensa, uma das razões de sua nomeação incluía pavimentar a candidatura de Haddad, tirando do caminho o candidato Celso Russomano, de seu próprio partido, da disputa municipal. Sendo os dois ligados a Record / IURD, a tarefa é fácil.

O que ninguém imaginou é que além do favorzinho, Crivella tivesse a desfaçatez de tentar limpar a barra de Haddad junto a boa parte dos evangélicos. Afinal, Haddad é considerado pelos evangélicos o “pai” do kit gay. A tal cartilha destinada a fazer proselitismo da diversidade sexual para as crianças a partir de oito anos.

Sem entrar no mérito político da coisa, visto que já, reiteradamente, manifestamos a neutralidade política deste veículo, meus olhos caem ao chão e rolam de desgosto com a representação dita evangélica financiada por uma organização criminosa como a Universal.

Não tenho a menor dúvida que os setores que defendem o aborto neste país ficarão felizes com o novo ministro “evangélico”, visto que seu chefe, Edir Macedo é defensor do extermínio infantil. O que não se esperava é ver Crivella querendo retirar de Haddad a óbvia e ululante paternidade do tal kit gay.

Segundo Crivella, Haddad jurou de pés juntos que o kit foi obra de uma empresa de consultoria independente (que teve a iniciativa voluntária do projeto e o seu custeio pro bonno, presumo, risos). E ele acreditou e deu fé.

Já nós, evangélicos, devemos participar deste delírio tremullis do ministro, fruto de alguma caipirinha com sardinha frita estragada que o Marcelo Crivella tomou com os tais pescadores, e esquecer as entrevistas de Haddad, as incontáveis discussões sobre o assunto, as declarações dadas por diversas outras autoridades deste governo, os dabates no congresso e todo o episódio de enfretamento entre a agenda do ministério da educação e os evangélicos nos últimos anos.

De fato, para mergulhar nesta fantasia tosca, bem ao estilo das campanhas da Universal, deveríamos mesmo até esquecer que foi necessário que alguns membros da bancada evangélica deixassem de lado a Bíblia como manual de conduta e adotassem o livro O Príncipe de Maquiavel, partindo direto para a chantagem mais deslavada, bem justificada no princípio bem cristão (gargalhadas) “o fim justificam os meios”, como forma de dissuadir a presidenta Dilma a abandonar, temporariamente, a agenda do partido nesta matéria e recolocar o kit gay de volta no armário.

Esqueçamos, pois, tudo isto. Vamos adotar, definitivamente, junto com o chapéu da hipocrisia que tanto nos apraz, os óculos da fantasia, para que vejamos, enfim, o mundo, com o mundo nos vê: Um bando de hipócritas, metidos a piedosos que quer impor seus valores ao mundo, custe o que custar. Valores estes, por sinal, que a cada dia mais se parecem com as visões celestiais da liderença e menos os valores do Alto, de Deus, bem-dito.

A fama de gado dos crentes é tão grande neste país que já faz parte do estereotipo: crente não bebe, crente não fuma, não gosta de Big Brother e é um tolo completo, manipulado por uma liderança corrupta de telepastores. Quando o ministro Gilberto Carvalho declara isto aos quatro ventos, todo mundo chia, mas quando Crivella se comporta como se esta fosse a mais absoluta verdade, todos silenciam. Sei não, ESPERTINHOS 2 X  IDIOTAS 0 e vai ser de lavada!

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