POR QUE VOCÊ ESCOLHEU CRER ASSIM?
Tudo é escolha de fé ou crença; ou de
mera conveniência decorrente do fato que as coisas sejam como se diga que
sejam; mas, de fato, poucas ou mesmo nenhuma das coisas que os homens digam que
são importantes, foram de fato vistas por eles.
Todos andam baseados em escolhas de
crenças!
No mais..., nós descremos o que o
vizinho diz, o que a esposa fale, o que o irmãogaranta...
Todavia, cremos que Adão veio da lama,
que Eva saiu da costela dele, que Caim matou Abel porque ele era mau e Abel
bom; cremos que Adão era feliz; cremos que anjos cobiçaram mulheres; cremos que
Noé foi salvo na Arca; cremos que Enoque foi arrebatado; cremos que Abraão
ouviu mesmo a você de Deus, e não do diabo, quando levou Isaque ao Monte Moriá;
cremos que Elias subiu aos céus num redemoinho; aceitamos que as criaturas
esquisitas que Ezequiel viu sobre o rio na região do atual Iraque eram anjos;
cremos que Maria ficou grávida de Deus; cremos que Jesus foi tentado pelo diabo
daquele jeito mesmo; cremos que o que Ele disse em particular, ao ladrão que ao
Seu lado morria, foi o que foi escrito mesmo; nós cremos em tudo o que não
vimos...
Cremos porque escolhemos crer...
Sim, cremos mesmo quando nenhuma
dessas coisas se torna benefício da fé para nós.
E mais: em geral é uma coisa..., uma
convicção..., uma experiência... — que nos faz crer no todo; e quase nunca o
contrário: o todo ir nos fazendo crer nas coisas menores.
Toda hora vejo o exercício das crenças
por escolha ou por choque ou trauma...
Sim, há os que escolhem uma crença; há
os que crêem por choque de impotência...; e há os crêem por trauma; que pode
até ser um trauma de gratidão ou admiração; assim como pode ser de
frustração...
O fato é que poucos crêem porque foram
escolhidos pela fé.
Entretanto, ao dizer o que acima
disse, quero falar é do processo de humor que determina a crença da maioria das
pessoas.
Justamente por isto é que também vejo
que quase tudo o que se chama fé, não passa de acordo afetivo, social ou de
refugio para o cansaço psicológico...
E mais:
A maioria escolhe a crença em razão do
que seja aceitável socialmente, ou, então, em razão da necessidade de ruptura
psicológica com algo.
Todavia, a fé que a gente escolhe...
ainda não é fé.
A verdadeira fé escolhe a gente de
modo arbitrário.
Eu não vi nada do que creio de modo
essencial para a vida.
Por duas vezes já vi Óvnis, mas
nenhuma das visões se me tornou nada essencial na vida...
Ver não muda nada, a menos que o que
se não viu se torne uma visão na mente!...
Assim....
Não ouvi Abraão ouvir a voz de Deus;
não vi Noé fazer a Arca; não flagrei Enoque sendo arrebato; nem Elias ser
levado ao céu; não ouvi a conversa insólita de perdão entre Jesus e o malfeitor
arrependido — mas, apesar disso, sem escolha, fui escolhido para crer; como
quem foi uma testemunha de tudo.
É por esta razão que se diz que a fé
não é de todos!...
O que a gente sempre tem que ver é se
a nossa fé cabe no ambiente do racional.
Se couber, creia: não é fé; é crença;
é acordo psicológico; é acerto entre você e você.
A verdadeira fé não faz sentido; ela
apenas dá sentido.
A verdadeira fé não é compreensão, é
apenas um entendimento que transcende o entendimento, enquanto, paradoxalmente
vai assentando no ser o fundamento que passa a existir apenas porque o homem
aceitou não tentar criar seu próprio fundamento.
A diferença é sutil. Mas os entendidos
discernirão.
Nele, que apenas nos chama com a Voz
que mais facilmente as crianças ouvem,
Caio - 22 de abril de 2009 –
Copacabana – RJ
www.caiofabio.net
www.vemevetv.com.br
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