sexta-feira, 27 de julho de 2012

John Piper – Não Desperdice Sua Vida: A Realidade de Deus e a Centralidade de Cristo [Pregação Completa]


John Piper – Não Desperdice Sua Vida: A Realidade de Deus e a Centralidade de Cristo [Pregação Completa]

Não desperdice sua vida
Ao falar sobre sua infância, John Piper sempre enfatiza o quanto aprendeu de seu pai acerca da seriedade desta vida que temos. Nós temos uma única vida para viver, e depois dela entraremos na eternidade e estaremos face a face com Deus. Estamos prontos para esse encontro?
Neste sermão pregado na Universidade Mackenzie, na última vinda de Piper ao Brasil, ele mais uma vez nos exorta a não desperdiçarmos nossas vidas e explica que a vida não desperdiçada é aquela que é vivida para Deus e que encontra toda a sua alegria em Deus. É na realidade de Deus e na centralidade de Cristo que está a verdadeira felicidade.
Quando abandonamos a Deus em troca de prazeres menores, jogamos a nossa vida fora. Quando consideramos Deus como o nosso supremo tesouro, então desfrutamos da única vida que vale a pena.
Você tem desperdiçado a sua vida? Pare de fazê-lo imediatamente e volte-se para Ele!





Por John Piper. Editora Fiel 2006-2012. © Todos os direitos reservados.

O que Deus pensa do sexo oral?


O QUE DEUS PENSA DO SEXO ORAL?

Dani Marques

Já imagino o que você deve estar pensando: "Essa menina não bate bem da cabeça! Falar sobre sexo oral, colocar Deus no meio da história e ainda divulgar no facebook e twitter?" Bem, pensando desta forma realmente parece loucura, mas é uma loucura necessária. Aposto que o meu gráfico de estatísticas do blog vai lá no alto hoje, rs. Milhares de casais sofrem e não conseguem ter uma vida sexual plena porque têm dúvidas. Dúvida do que é certo e errado, dúvida do que Deus pensa a respeito do assunto e dúvida se realmente isso é tão importante para o homem.

Bom, como sempre, vou trazer respostas baseadas na minha fé. Sou cristã e tenho a Bíblia como meu grande manual de instruções. Muitos questionam se o que foi escrito na Bíblia é realmente verdade. Será que durante as traduções e cópias dos originais algumas coisas não se perderam ou foram alteradas? Sei lá! Pra falar a verdade, não tô nem aí pra isso. Pra mim, tudo se resume ao amor. Se pratico o amor (em toda e qualquer circunstância) estou cumprindo a Lei e agradando a Deus (Rm 13:9 e 10). Se o que a Bíblia me ensina tem a ver como o amor, acredito, coloco em prática e ponto final! Se você resolver estudá-la, vai logo perceber que o foco é sempre o amor. Não é à toa que quando foi questionado sobre o que devemos fazer para herdar a vida eterna, Jesus respondeu: "Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento e Ame o seu próximo como a si mesmo... Faça isso e viverá!" Lucas 10

Pois bem, generalizando, falar em sexo oral é tabu dentro das igrejas. E não só dentro das igrejas, mas nos círculos de amizade e no meio familiar. Mas o grande problema é que prega-se muito sobre amor, paz, viver em comunhão, dar o dízimo, etc e etc e esquecemos que a grande maioria destas pessoas fazem sexo. Tudo isso que acabei de citar é importante também, mas se o sexo não está bom, o relacionamento conjugal também não está, e se o relacionamento conjugal não está, como viver bem nas outras áreas da vida? É complicado!

Vejam o desabafo de uma esposa: "Não gosto de sexo oral e meu marido sabe disso, mas faço porque ele quer. Parece que ele não se satisfaz só com o sexo comum. Mas quando há sexo oral nas nossas relações, ele nem mesmo sabe em que "estágio" eu estou, apenas se importa com o próprio prazer. Ele diz que isso o faz sentir amado, e que se não tiver sexo oral é tentado a cair na pornografia. Mas não é ele quem deveria resistir à tentação? Se ele cede e compra uma revista pornográfica, por que a culpa é minha? Por que sexo oral é errado? É por causa do egoísmo? Como o princípio bíblico de que nosso corpo não nos pertence, e sim ao nosso cônjuge, se aplica neste caso?"

Milhões de mulheres são assombradas diariamente com o fantasma desta dúvida. E por conta disso, muitas negam-se inclusive a fazer sexo. Já escrevi um post com o título Sexo é pecado? Se você tem alguma dúvida, recomendo que leia, porque hoje vou me restringir ao tema do sexo oral. A Bíblia em momento algum faz menção dele. Apenas o livro de Cantares nos dá uma visão de Deus sobre o amor sexual. Já no Novo Testamento, temos algumas pistas. O livro de Hebreus diz no versículo 13.4: "O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros.

Podemos entender então que um leito conjugal impuro, é aquele que permite o adultério e a imoralidade sexual. Bem, e o que vem a ser imoralidade sexual? As formas erradas de se praticar o sexo. Entre elas: fornicação (sexo fora do casamento), prostituição, adultério, incesto (sexo entre parentes muito próximos), pornografia, bestialismo (sexo com animais), pedofilia, swing, homossexualismo, entre outros. Paulo fala lá em 1 Cor 7: "...mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa, e cada mulher o seu próprio marido. O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido." 

Este texto nos dá a entender que se casarmos, estaremos evitando a imoralidade sexual. Ou seja, o que for feito entre marido e mulher, não deve ser considerado imoralidade sexual, a não ser que seja feito sem amor, sem se preocupar com o outro. Quando aquela esposa desabafa dizendo que seu marido nem mesmo sabia em que estágio ela estava, quis dizer que durante a relação sexual houve egoísmo, ou seja, a necessidade de se satisfazer sem se preocupar com o outro. E não tem como atingir intimidade sexual desta maneira. O sexo não foi feito para nos satisfazermos, mas sim para satisfazermos o outro. Quando conseguimos entender desta maneira, tudo fica mais simples.


Então chegamos a seguinte conclusão: Se o seu marido te obriga a fazer o sexo oral, não existe amor, então está errado. Agora, se você sabe que para ele é prazeroso e faz para agradá-lo, sem culpa nenhuma, não há problema. Mas pode surgir a dúvida quanto ao seguinte versículo: "A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio. Digo isso como concessão, e não como mandamento." 1 Cor 7:4-6
 
Novamente voltamos a questão do amor. Lembram que eu acabei de dizer que o sexo não foi feito para nos satisfazermos, mas sim para satisfazer o outro? Pronto, é exatamente isto que o texto está nos ensinando. Se eu amo o meu marido, não vou privá-lo da relação sexual e se eu sei que certos tipos de coisas dão prazer a ele, vou fazer porque meu maior desejo é satisfazê-lo! E se o marido pensa desta forma também, imagine que sexo maravilhoso terão?

Agora, sobre a questão de maridos que apelam para pornografia com a desculpa de que suas esposas restringem a relação sexual, quero dizer que os dois tem culpa no cartório! Esposa, quando você deixa de fazer sexo com seu esposo, não está amando-o. E se fornece à ele apenas o papai e mamãe, debaixo das cobertas e com a luz apagada, está empurrando-o para a imoralidade! Marido, se você deseja coisas novas na relação sexual, por que ao invés de correr atrás de outras mulheres ou da pornografia, não tem uma conversa franca com a sua esposa? Não seria maravilhoso poder realizar os seus desejos sexuais com a mulher que você ama? Esposa, não seria maravilhoso ver que seu marido se sente tão realizado com a relação sexual entre vocês que não sente mais o desejo de procurar outras mulheres, nem em pensamento?

Se sexo é amor e foi feito para satisfazer o outro, você tem amado o seu cônjuge como deveria?

*Vale lembrar que o sexo oral não é um carinho restrito apenas ao homem, as mulheres também podem recebê-lo.





Dani é casada há 8 anos e têm dois filhos. Escreve em Salve o meu casamento!




Isto tudo sem falar em Cânticos de Salomão, uma ode ao sexo oral :)





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Neopentecostais transformam a religião evangélica em um grande Mc Donald's da fé


Neopentecostais transformam a religião evangélica em um grande Mc Donald's da fé

O sociólogo Eduardo Guilherme de Moura Paegle afirmou que as igrejas neopentecostais brasileiras se organizaram nos moldes de uma empresa de fast-food, em um processo que ele chama de “McDonaldização” da fé cristã.

Quem entrar em um templo da Igreja Universal, por exemplo, disse, encontrará a mesma estrutura administrativa e os mesmos cultos, com pouquíssimas variações, quer onde esteja, em São Paulo, Lisboa ou alguma capital africana.

“É como pedir um lanche Big Mac”, afirmou Paegle, que é doutorando pela Universidade Federal de Santa Catarina. “Vale tudo, até pregação pelo celular.”

Ele observou que, assim como os restaurantes de comida rápida, os templos da Universal oferecem várias celebrações durante o dia para pegar quem não tem horário disponível nos horários tradicionais de culto. “Se o fiel dispõe de pouco tempo, é possível dar ao menos uma passadinha no Drive-Thru da Oração.”

Paegle foi um dos estudiosos que a CartaCapital ouviu para compor a reportagem publicada nesta semana sobre a “avalanche evangélica” anunciada recentemente pelo IBGE.

A revista dá destaque para a possibilidade de os evangélicos passarem a representar um terço da população em dez anos. Ainda assim dificilmente a maioria da população se tornará evangélica em algum momento, na avaliação do sociólogo inglês Paul Freston, estudioso sobre o Brasil e professor da Universidade de Wilfrid Laurier, no Canadá.

Freston argumentou que o avanço evangélico vai até certo ponto porque o declínio da Igreja Católica tem um limite. “Há um núcleo sólido que não vai desaparecer.”

Além disso, segundo o professor, a cada duas pessoas que se afastam do catolicismo apenas uma adere a uma religião evangélica. Na avaliação dele, o máximo que os evangélicos podem conseguir são 35% da população.

E mesmo que os evangélicos cheguem a tanto, isso não implicará profundas mudanças na sociedade brasileira, diferentemente, portanto, do que alguns preveem e outros temem. Porque “quanto mais uma religião cresce, mais ela fica parecida com a sociedade na qual está inserida”.

De acordo com as observações do sociólogo Gedeon Alencar, autor do livro "Protestantismo Tupiniquim", já está havendo uma rápida transformação nas igrejas evangélicas.

“Quando eu era criança, os fiéis tinham de vestir roupa sóbria, não podiam usar cosméticos ou qualquer coisa que denotasse vaidade”, disse. “A TV era vista com desconfiança, os jovens não podiam praticar esportes.”

E tudo isso mudou ou está mudando, segundo Alencar. As roupas dos fiéis já não são tão sombrias e os cosméticos foram liberados. “Hoje há os ‘atletas de Cristo’, casas noturnas para evangélicos, bloco de carnaval.”

“Os evangélicos estão cada vez mais parecidos com os brasileiros”, afirmou. E as igrejas — ele poderia acrescentar — se assemelham cada vez mais com as lojas do McDonald’s.



Em Paulo Lopes

Se me permitem o pitaco, não creio que o vaticínio de Freston se aplique mais e os números reforçam isto. A aspecto cultural do fenômeno evangélico no Brasil alterou o cenário totalmente. Concordo com o Gedeon, é o protestantismo tupiniquim.
Acredito no “empate”, um encontro das populações evangélica e católica em 2033. A questão é : Qual será cara desta religião? A doutrina está líquida.




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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Índios evangélicos aumentam 42% em 10 anos e já são 210 mil


Índios evangélicos aumentam 42% em 10 anos e já são 210 mil



O número de índios evangélicos aumentou 42% nos últimos dez anos, conforme dados do Censo 2010. Eles são 210 mil e já correspondem a 25% da população indígena.



O crescimento segue tendência geral da população brasileira --o aumento de evangélicos foi de 61% entre 2000 e 2010, e o grupo corresponde a 22% dos brasileiros. Mas com a peculiar característica de ser impulsionado por organizações que tentam levar a evangelização mesmo a áreas isoladas.

A organização de grupos evangélicos com essa missão tem aumentado, afirma Carlos Travassos, coordenador-geral do setor que monitora tribos isoladas e de recente contato na Funai (Fundação Nacional do Índio).

O trabalho conta até com apoio logístico de aviões em áreas de difícil acesso, graças à Asas de Socorro, uma das 15 agências missionárias evangélicas filiadas à AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras).

Bancadas por igrejas, empresas e voluntários, são ligadas a várias denominações e fazem ações de ensino, assistência social e treinamento de líderes indígenas.

O treinamento é a base da ideia da "terceira onda" evangelizadora: depois de missionários brancos estrangeiros e brasileiros, chegou a vez de os próprios índios atuarem.

A maioria dos índios evangélicos é ligada à Assembleia de Deus, 31% do total ou 64.620 pessoas. Em segundo lugar vêm os batistas, com 17%, ou 35,5 mil pessoas.

Em Chapada dos Guimarães (MT) funciona a Ami, escola para índios cujo lema é formar "discípulos de Jesus Cristo" e criar uma igreja "genuinamente indígena em cada tribo do Brasil".

Eles são preparados para repassar os conhecimentos aprendidos a suas comunidades --"da maneira deles", diz o pastor indígena Henrique Terena, presidente do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), que se define como o maior movimento evangélico indígena do país.

Na última semana, o Conplei organizou na Ami um congresso que reuniu cerca de 2.500 pessoas, com 81 etnias do Brasil e de outros países, segundo a organização.

Eles comemoraram o marco simbólico da primeira evangelização indígena, quando missionários escoceses chegaram à aldeia de índios terenas, em 1912, em área hoje de Mato Grosso do Sul.

Também retrato de tendência nacional, o percentual de católicos indígenas também caiu nos últimos dez anos, de 59% para 50,5% da população indígena.

A Igreja Católica, com missões iniciadas no século 16, está presente em 185 povos, com missionários ligados ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário). A AMTB diz atuar com 182 etnias.

ATRITOS

A penetração religiosa já foi foco de atritos com a Funai. Em 2005, a fundação criticou o grupo Jovens com uma Missão, que retirou crianças de uma aldeia no Amazonas para tratamento médico em São Paulo.

Nos anos 80, integrantes da Missão Novas Tribos foram expulsos da tribo isolada dos Zo'é, no Pará, depois que os índios contraíram doenças.

A Funai vetou em 1994 a abertura de novas frentes missionárias, a não ser as que fossem convidadas pelas comunidades. O entendimento é que os povos têm autonomia para autorizar a entrada.

Para Travassos, a relação de missionários com povos isolados é prejudicial, por impor uma nova forma de ver o mundo. Os evangélicos negam qualquer imposição.

EVANGELIZAÇÃO

Para a AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), que reúne organizações de missionários evangélicos, as ações em comunidades indígenas respeitam a cultura e o direito de escolha dos índios.

Em manifesto divulgado em 2009, a AMTB aponta diferença entre o trabalho de evangelização com a "catequese histórica e impositiva".

"Se as culturas são móveis e mutáveis, por que as mudanças provocadas a partir do conhecimento dos valores cristãos e do evangelho despertam tantas e tão violentas reações quando se trata de culturas indígenas?", diz.

A associação diz não ter ligação com nenhuma denominação específica.

A AMTB afirma que as missões executam projetos sociais que ajudam na preservação linguística e cultural desses povos.

O pastor Henrique Terena, presidente do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas), diz que os trabalhos ensinam técnicas de plantio e atuam no combate ao alcoolismo, por exemplo.

Ele afirma ainda que, no caso de povos isolados, a atuação ocorre mediante convite das tribos. (FL)




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quarta-feira, 25 de julho de 2012

John Piper – Você Treme Diante do Fato de que Deus Está Agindo em Sua Vida?


John Piper – Você Treme Diante do Fato de que Deus Está Agindo em Sua Vida?



Tema e trema!
Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. [Filipenses 2:12,13]
Por que “temor e tremor”? Por que eu deveria atacar o egoísmo, a ira, o espírito crítico, o mau humor, a autocomiseração, por que eu deveria atacar tais coisas com temor e tremor? Assista a este curto vídeo de John Piper e entenda por que o agir de Deus em nossa santificação deveria nos deixar estupefatos, maravilhados.



Por John Piper. Editora Fiel 2006-2012. © Todos os direitos 
reservados.

Fonte: www.voltemosaoevangelho.com

terça-feira, 24 de julho de 2012

O ateu, o crente e o bicho-papão


O ateu, o crente e o bicho-papão



Outro dia alguém me enviou pelo twitter a seguinte pergunta: “quando vc era criança também acreditava em bicho-papão, porque deixou de acreditar?”
Minha primeira reação foi ignorar a pergunta, formulada em tom de crítica a um tweet que postei testemunhando minha fé em Deus. Imaginei que o autor da pergunta não esperava resposta, apenas pretendia sugerir a estupidez da minha fé. Tive a mesma sensação que experimentei quando comecei a ler um texto sobre “razões porque deixei de ser crente” e o autor logo na primeira página comparou a crença em Deus à crença no Saci-Pererê. Mas, passado o ímpeto de deixar pra lá, resolvi responder, pelo menos para mim mesmo.
Minha resposta começaria afirmando que jamais acreditei em bicho-papão. O que me aterrorizava na infância eram os ciganos e o “velho do saco”. Devo isso às minhas avós, que diziam que esses homens malvados gostavam de raptar meninos desobedientes. Registro que acredito em ciganos e velhos do saco, não necessariamente como raptores de crianças, embora seja em parte verdadeiro. Mas resolvi responder como se meu imaginário infantil tivesse sido ocupado por esse tal de bicho-papão.
Eis, portanto, algumas razões porque, embora continue acreditando em Deus, deixei de acreditar em bicho-papão.
.    Não conheço nenhum adulto que acredita em bicho-papão
.    Não conheço nenhuma civilização baseada em bicho-papão
.    Não conheço nenhuma religião que considere o bicho-papão um ser divino
.    Nunca ouvi uma pessoa dizer que foi transformada pelo bicho-papão
.    O bicho-papão não constitui o dilema existencial humano desde sempre
.    Nenhuma tradição de pensamento humano se ocupa com o bicho-papão
.    Nenhum gênio da humanidade viveu atormentado por causa do bicho-papão
.    O bicho-papão não se sustenta num texto considerado sagrado por mais da metade da população mundial, escrito ao longo de 2 mil anos, por 40 autores diferentes
.    Não existe quem atribua a existência do universo ao bicho-papão
.    Jamais alguém defendeu sua fé no bicho-papão com a própria vida
.    Nenhuma das virtudes humanas é associada ao bicho-papão
.    O bicho-papão não é uma crença universal e atemporal
.    O bicho-papão não ajuda a explicar o mundo em que vivo
.    O bicho-papão não ajuda a explicar a complexidade da raça humana
.    O bicho-papão não ajuda a explicar o homem que sou
Cansei. Já passa da meia noite.

Ed Renê Kivitz

Disponível em: http://edrenekivitz.com


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Chesterton é pop: Do agnosticismo ao cristianismo


Chesterton é pop: Do agnosticismo ao cristianismo


Pensador que incentivou a Doutrina Social da Igreja vira ícone entre os jovens católicos e protestantes brasileiros que redescobrem a obra do grande intelectual cristão

Redação
Genizah

Para promover o intelectual cristão G. K. Chesterton (1874-1936), autor de oitenta obras, a Sociedade Chesterton Brasil (www.chestertonbrasil.org) empregou um método criativo: inspirados na cultura pop, estão comercializando camisetas com a imagem do pensador inglês produzidas ao estilo daquelas feitas com a célebre imagem do guerrilheiro e revolucionário Che Guevara. (uma cópia da camiseta foi idealizada pela American Chesterton Society). "O pouco conhecimento que temos deste autor tão importante provavelmente se dá pelas poucas traduções de suas obras para o português. Pensamos em torná-lo mais acessível usando as camisetas", conta o jovem bibliotecário, Diego da Silva, editor do site www.chestertonbrasil.org





Gilbert Keith Chesterton foi um agnóstico convertido ao cristianismo (catolicismo) e que deixou um legado que vem sendo recentemente descoberto por jovens cristãos no mundo inteiro, inclusive no Brasil.

Distributismo

Chesterton foi um intelectual trafegando em um amplo espectro do saber humano. Literatura ficcional, teatro, teologia, filosofia, sociologia, história e economia. Juntamente com Hilaire Belloc, são os grandes expoentes da teoria econômica inspirada na Doutrina Social da Igreja - o Distributismo.

Distributismo, também conhecido como distribucionismo ou distributivismo é uma filosofia económica defendendo que a posse dos meios de produção deveria ser estar o mais amplamente distribuída entre todos os homens, ao contrário de estar centralizada no Estado (como no comunismo / capitalismo de Estado) ou concentrada em uma minoria de indivíduos (capitalismo liberal).

Distributismo, assim como a social democracia, é considerado uma terceira via da ordem económica, para além do capitalismo e socialismo. Nesse sistema, a maior parte das pessoas deveria conseguir sobreviver sem ter que contar com o uso da propriedades de outrem para fazê-lo. Alguns exemplos seriam agricultores que são donos de suas terras, mecánicos que possuem suas próprias ferramentas e equipamentos, desenvolvedores de software de posse de seus computadores e sistemas operacionais livres de copyrights , etc. Estas idéias se baseiam nos ensinamentos do Papa dos séculos XIX e XX, começando com o Rerum Novarum do Papa Leão XIII. Chesterton resumiu o sistema em uma frase famosa: "O problema do capitalismo é que não há capitalistas suficientes."

Para Davi Dias: "Toda a vida de Gilbert Keith Chesterton, um dos maiores e mais lidos apologistas cristãos do século XX, pode ser compreendida como a viagem de um homem que sai de um e volta ao mesmo lugar. Como o personagem do conto por ele redigido, Homesick at home, que percorre todo o mundo tentando voltar para casa, ponto de partida da viagem, foi preciso que Chesterton vivesse longos anos de inquietações espirituais para finalmente encontrar a verdade." Cherterton encontra  no cristianismo as respostas para os dilemas e paradoxos da vida.

Chesterton não é popular somente entre os católicos. Os protestantes também são grandes admiradores deste gênio. "Ortodoxia", seu livro mais famoso, ganhou nova edição comemorativa em 2009 pela Mundo Cristão. Trata-se de um clássico da defesa da fé cristã.

Ortodoxia

Ortodoxia é o resumo da filosofia de Chesterton e sua obra prima. Inicialmente, o livro seria uma continuação de sua obra anterior,  Heretics, onde Cherterton pretendia dar uma resposta a um ensaio de Blatchford, um crítico e desafeto, e que terminou evoluindo para uma espécie de autobiografia espiritual retratando os questionamentos fundamentais da fé cristã e da existência humana - o percurso do próprio Chesterton do agnosticismo ao cristianismo. O próprio apresenta assim a sua obra: Tentei criar uma nova heresia; mas, quando já lhe aplicava os últimos remates, descobri que era apenas a ortodoxia."

“Eu recomendo fortemente. Ortodoxia é um dos livros mais inteligentes que tive o prazer de ler. Leitura fundamental para qualquer cristão com pretenções intelectuais. De fato, não conheço outra mente à altura de Chesterton nos últimos cinco séculos. Chesterton é o pé na porta de Nietzsche, do racionalismo e do o cientificismo reducionista e determinista. Ele foi um farol intelectual na sombra da virada do século IXX para o XX que queria obscurecer a cosmovisão cristã. ”, opina Danilo Fernandes editor do site Genizah.


Chesterton x Blachford: A irracionalidade do racionalismo
No vídeo a seguir, os criadores produziram em animação um fantástico debate Chesterton versus Blatchford sobre a irracionalidade do racionalismo. Este debate nunca ocorreu desta forma, frente-a-frente, no melhor estilo tribunal,mas travado através de artigos em jornais e revistas onde o valoroso G.K. combateu os detratores da fé cristã.






O vídeo é ótimo, pois dá linearidade e súmula ao debate que os dois autores travaram em livros, jornais e revistas, bem como, oferece um bom resumo do campo da apologética cristã em suas questões mais fundamentais e para além das múltiplas confissões de fé cristã. 


 O Padre Brown

Chesterton foi um gênio da literatura e a sua vasta obra também inclui a fantástica série, pouco conhecida no Brasil, das aventuras do impagável Father Brown (Padre Browm), um personagem sempre envolvido em estórias de mistério / suspense.

Brown é um padre dotado de impressionante sagacidade e profundo conhecimento da alma humana pecadora. G.K. Chesterton publicou 52 contos em jornais ingleses e que depois foram reunidos em cinco livros. Os contos lembram o estilo “Sherlock Holmes”, só que muito melhores, ao menos para os interessados em teologia, filosofia e no conhecimento da natureza humana. 


A narrativa é inteligentíssima. Já os métodos do Padre Brown para desvendar os crimes em suas estórias se diferenciam do famoso detetive Sherlock Holmes ao tenderem mais para p intuitivo do que para o dedutivo. No livro 'O Segredo do Padre Brown ", o próprio padre explica o seu método:

"Veja você, meu camarada, eu assassinei a todos, eu mesmo [...] Planejei cada um dos crimes com muito cuidado. E pensei como cada coisa poderia ser feita, e no estado de espírito que um homem deveria estar para, efetivamente, ser capaz de cometer tais atos. E quando eu tive a certeza de que me sentia exatamente como o assassino, é claro que eu sabia quem ele era."

O personagem embora ficcional, tem muitos traços baseados no padre que evangelizou (*1) Chesterton - John O'Connor (1870–1952) - e, como as habilidades investigativas do Padre Brown estão muito ligadas à sua experiência como religioso e confessor as narrativas se tornam ainda mais interessantes aos cristãos e interessados em religião. 

“Isto sem contar próprio aspecto inusitado de um personagem envolvido em contos policiais que se apresenta como um exemplo de clérigo cristão: absolutamente humilde, educado, piedoso, alegre, generoso, bom, manso, temperante e firme”. Provavelmente, um reflexo do pensamento neo-escolástico de Chesterton .”Por fim, a cosmovisão cristã de Brown ao vislumbrar os crimes que desvenda são o melhor de tudo.”, completa Fernandes.

OS livros da série Father Brow são facilmente encontrados em inglês. Alguns foram publicados em português no passado, mas estão em geral esgotados. Acha-se em sebos e em sites de leilão na internet. 

Quem se interessar em conhecer mais sobre G.K. Cherterton também pode seguir o seu perfil “tributo” em português no twitter: https://twitter.com/Chesterton_GK Recomendadíssimo! G.K. foi um frasista genial e o perfil publica citações em português.




(*1) Nascido de família anglicana, mais tarde converteu-se ao catolicismo em 1922 também por  influência do escritor católico Hilaire Belloc, com quem desde 1900 manteve uma amizade muito próxima.






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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Qual tradução da Bíblia devo usar?


Augustus Nicodemus – Qual tradução da Bíblia devo usar?


Augustus Nicodemus fala sobre as traduções da Bíblia para o português, passando sobre os manuscritos originais (texto crítico, texto recebido, texto massorético, textus receptus, texto majoritário) e metodologias de tradução (equivalência formal, equivalência dinâmica). Qual versão usar? Almeida Revista e Corrigida (ARC), Almeida Corrigida e Fiel (ACF), Almeida Revista a Atualizada (ARA), Almeida Século XXI, Nova Versão Internacional (NVI), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), A Mensagem?



Por Augustus Nicodemus Lopes - Editora Fiel 2006 – 2012 © Todos os Direitos Reservados

Nova estratégia para a hora da oferta!



Na primeira parte do vídeo as imagens do momento de louvor e oferta em uma igreja pentecostal na Africa (vídeo bombou no YOU TUBE no ano passado). 

Na segunda metade, as imagens de uma comunidade brasileira que aderiu à brincadeira rebolante na hora da oferta. Ninguem diga que eles não ofertaram com alegria, risos!








O que vocês acham disto?



Dica do Lucas Ramos 
Do canal do Projeto Vida


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Bonhoeffer apaixonado. Artigo do cardeal Ravasi



Bonhoeffer Maria von Wedemeyerviveram um amor poderoso e intenso, que a censura e a distância não conseguem enfraquecer, um amor que se alimenta também da fé comum, até o último e fugaz encontro em setembro de 1944 na prisão deTegel e na extrema carta de dezembro desse mesmo ano.

A análise é de Gianfranco Ravasi, cardeal presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado no jornal Il Sole 24 Ore, 24-06-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Mesmo quem não tem muita familiaridade com a teologia, mas conhece o clima cultural reativo ao nazismo e a força da espiritualidade no compromisso social do século XX, já ouviu falar de Dietrich Bonhoeffer, filho de uma família burguesa, nascido no dia 4 de fevereiro de 1906 em Breslau. Provavelmente, também terá lido a sua obra mais popular, Widerstand und Ergebung [na versão brasileira Resistência e submissão, publicada pela editora EST, 2003].

A sua figura é emocionante, não só em nível teológico, mas também pela sua pura e simples biografia. Ela, como se sabe, teve um fim trágico, primeiro, na cela 92 da prisão berlinense de Tegel (era o dia 5 de abril de 1943), depois no campo de concentração de Buchenwald e, por fim, em Flossenbürg, um vilarejo bávaro, onde ele foi enforcado por ordem de Hitler no dia 9 de abril de 1945, e o seu corpo foi queimado em uma fogueira.

O médico do campo de concentração, que desconhecia quem era o enforcado, confessou mais tarde que havia ficado comovido com o comportamento "daquele homem profundamente simpático", que, antes da execução capital, "havia se ajoelhado em profunda oração com o seu Senhor... e então havia subido, corajoso e resignado, a escada do patíbulo. Na minha atividade médica de 50 anos, nunca vi um homem morrer com tanta confiança em Deus".

Por trás desse ainda jovem pastor protestante, havia uma intensa existência teológica que fez dele um dos personagens mais originais do pensamento religioso do século XX, ao lado daquele Karl Barth com quem havia compartilhado a oposição clara ao regime dentro da Igreja "confessante", mas da qual era distante em alguns percursos teológicos.

A reconstrução biográfica mais completa, pontual e atenta também ao itinerário teológico bonhoefferiano continua sendo a do amigo Eberhard Bethge, que apareceu em 1966 (Dietrich Bonhoeffer. Teologo cristiano contemporaneo. Una biografia, Ed. Queriniana, 1975, reeditada em 2004).

Agora, aparece em versão italiana, a pouca distância do original em inglês, um outro perfil de corte documentário-narrativo, mas marcado por uma apaixonada sintonia humana. Ele foi traçado por um conhecido jornalista e escritor norte-americano, Eric Metaxas, que, em certo sentido, assume como lema duas frases do pastor mártir.

A primeira é testemunhal: "O silêncio diante do mal é ele mesmo um mal. Não falar é falar. Não agir é agir". A segunda é mais teológica: "A graça barata é o inimigo mortal da nossa Igreja. Nós lutamos hoje pela graça a caro preço". Deus, de fato, oferece a sua salvação através de um ato de amor "caro", a doação sacrificial do Filho Jesus Cristo.

Certamente, seria muito sugestivo seguir o mapa de um pensamento que desembocou há apenas 21 anos com a tese de doutorado de corte eclesiológico-social e que avançou na especulação sistemática com os sucessivos escritos teóricos que, porém, ainda conservam em seu interior uma carga vital muito provocante. Pense-se, por exemplo, na sua candente interrogação sobre o debate que a fé cristã deve instaurar com um mundo "adulto" e secular, para o qual é necessária a figura de um nicht religiöses Christentum, ou seja, de um cristianismo não religioso, mas que conserva – como uma semente fecunda na terra – a sua alma profunda mística e salvífica.

O testemunho da íntima espiritualidade de uma fé, que opera em um horizonte de realidade "penúltima", mas que sempre está voltada às verdades "últimas", não separadas ou alienadas, m as sim entrelaçadas com a história, é visível no admirável tríptico SeguimentoA vida comum e Ética (que ele considerava como a sua maior obra), obras totalmente disponíveis em italiano por mérito da editora Queriniana, da Bréscia.

O relato de Metaxas, que tem como pano de fundo acima de tudo a trama existencial dos 39 anos da vida de Bonhoeffer, é igualmente fascinante, até porque vibra o ideal decacordo da harmonia de uma alma cujo canto se desenrola leve e luminoso sob o céu obscuro de uma época de opressão e sobre uma terra marcada pelo sangue de milhões de vítimas.

Os trechos textuais que estão decorados nas páginas da biografia geram um constante tremor de consonância com a experiência vivida pelo protagonista, impedindo, porém, toda tentação de indultar a hagiografia enfática. A nós, agora, basta apenas evocar uma passagem de Resistência e submissão, diário espiritual do cárcere. É a "oração da manhã" para o Natal de 1943: "Está escuro dentro de mim, mas junto de Ti há luz; eu estou sozinho, mas Tu não me abandonas; estou com medo, mas Tu me ajudas; estou inquieto, mas junto de Ti há paz; em mim há amargura, mas em Ti quietude; eu não compreendo os Teus caminhos, mas Tu conheces a minha vida".

Um capítulo doce e terno da biografia de Metaxas é o de Bonhoeffer apaixonado. Agora, a citada editora Queriniana decidiu oferecer uma reedição das emocionantes Cartas à namorada Maria von Wedemeyer, que havia confessado a Dietrich que, depois da sua prisão (5 de abril de 1943), "ao redor da minha cama, com giz, eu tracei uma linha grande como a tua cela. Há uma mesa e uma cadeira, como imagino que seja contigo. Quando estou sentada ali, parece-me quase que estou junto de ti".

É um amor poderoso e intenso, que a censura e a distância não conseguem enfraquecer, um amor que se alimenta também da fé comum, até o último e fugaz encontro em setembro de 1944 na prisão de Tegel e na extrema carta de dezembro desse mesmo ano. Maria, que então tinha pouco mais do que 20 anos, viveria até 1977.
  • Eric Metaxas. Bonhoeffer. La vita del teologo che sfidò Hitler. Roma: Ed. Fazi. Tradução de Pietro Meneghelli.
  • Dietrich Bonhoeffer. Maria von Wedemeyer, Lettere alla fidanzata, Cella 92 (1943-1945). Bréscia: Ed. Queriniana, 290 páginas. Tradução de M. Claudia Murara.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Pastor vira-lata



Ariovaldo Jr 


Não tenho sobrenome famoso. Não tenho quem me indique. Nem referências de nenhuma espécie.


Não tenho formação teológica acadêmica. Nem artigos publicados em revistas famosas.


Não tenho dinheiro. Não recebo salário de pastor. Nem tenho mídia e programas na TV.


Não tenho minha imagem em banners. Nem na fachada da Igreja. Não sou bom pro marketing do “negócio”.


Não tenho palavras agradáveis. Não tenho retórica positivista. Nem presto pra ensinar auto-ajuda.


Não tenho mega Igreja. Não tenho planilhas com resultados. Nem números expressivos.


Não tenho vergonha. Não tenho pudor. Nem muito amor-próprio. 


Não tenho roupas de grife. Nem personal trainer.


Não tenho planos de dominação do mundo. Nem de expansão do nome “Manifesto”.


Sou um pastor vira-lata.




Ariovaldo Jr. pode até se dizer vira-lata, mas eu achei ele bem limpinho, risos. *Em todas os sentidos!





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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Maioria da população mundial se tornará ateia em 2038, afirma estudo


A maioria da população mundial vai se tornar ateia em torno de 2038, calculou Nigel Barber, que é um irlandês Ph.d. em biopsicologia que vive nos Estados Unidos, onde se dedica ao estudo das religiões.

Para chegar a essa conclusão, ele considerou que o enriquecimento das nações e a elevação de seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o que pressupõe uma justa distribuição de renda, levam as pessoas a superar as crenças religiosas.

Não se trata, segundo ele, de mera especulação, porque essa transição já ocorreu nos países de elevado padrão de vida, como a Suécia, Dinamarca, Bélgica, Noruega e Reino Unido. E o mesmo acontecerá em outros países, disse, como mostra o avanço da secularização em várias regiões, principalmente na Europa.

Em seu blog no Huffington Post, na seção de ciência, ele escreveu que, na medida em que os países elevam o IDH, as pessoas se tornam mais confiantes, livrando-se, assim, da expectativa de obtenção de amparo de divindades.

“A ideia básica é que as pessoas, ao deixarem a pobreza, ficam menos preocupadas com suas necessidades básicas e com a possibilidade de morrerem precocemente em consequência da violência ou da doença”, escreveu.

“Em outras palavras, elas se sentem mais seguras de sua existência e não precisam recorrer a entidades sobrenaturais para acalmar seus medos e inseguranças.”

Barber foi contestado no mesmo site pelo rabino Eric H. Yoffie, da corrente reformista do judaísmo. Ele argumentou que a força da fé está crescendo na maioria dos países, inclusive nos países mais ricos, como os Estados Unidos.

Para o rabino, a previsão de que o ateísmo vai superar as religiões decorre das limitações de Barber, que, por ser ateu, não consegue entender que a vivência religiosa não é resultado da pobreza e privação.

Yoffier afirmou que os estudos de Barber são tendenciosos e carecem de humildade e imaginação, porque consideram a religião apenas como um “fator incidental na história”, recusando-se a admitir a importância que ela teve e tem para a humanidade. “A religião é importante e é dinâmica, muito viva.”

Barber, em seu artigo, disse que a “hipótese da segurança existencial” [as pessoas se tornam menos religiosas quando melhoram de padrão de vida] está comprovada por diversos estudos, como o "Sociedade sem Deus", do sociólogo Phil Zuckerman.

Nos cálculos de Barber, a renda média per capita que marcará a transição da maioria da população mundial para o ateísmo será perto de US$ 30.000, contra a média atual de US$ 10.855. (No Brasil, o valor é de US$ 8.020, abaixo, portanto, da média mundial).

Barber estimou não ser difícil para a maioria dos países obter uma renda per capita naquele patamar. Basta, segundo ele, o PIB (Produto Interno Bruto) mundial crescer na média de 3,33% ao ano, que foi o crescimento registrado nos últimos 30 anos, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.


Fonte: Paulo Lopes


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